sábado, 29 de novembro de 2014

Contratempo

Diante de quaisquer contratempos, pensa no bem. O trabalho estafante... Será ele a providência que te habilita à vitória contra o assédio de perturbações que te espreitam a estrada. O encontro perdido... Semelhante contrariedade decerto apareceu, em tua defesa própria. A realização adiada... A procrastinação de teus desejos estará funcionando, em teu benefício, para que não entres em determinados compromissos fora de tempo. A viagem desfeita... O plano frustrado, provavelmente, é o recurso com que se te garante o equilíbrio. O carro enguiçado... O incidente desagradável é o processo de forrar-te contra acidentes possíveis. O mal estar orgânico... A enfermidade menor haverá surgido, a fim de induzir-te a tratamento inadiável. A afeição que se afasta... A separação vale por cirurgia no campo da alma, muita vez, resguardando-te a paz e a segurança. A morte no lar... A despedida de um ente querido, quase sempre, procede da Misericórdia do Senhor; no sentido de evitar sofrimento maiores para aquele que parte, tanto quanto para aqueles que ficam. Diante de qualquer obstáculo, reflete no bem, porque no curso de todas as circunstâncias, por detrás dos contratempos da vida, a Bondade de Deus jaz oculta. Livro: Coragem - Emmanuel / Francisco Cândido Xavier

A cada posição, sua revelação

“Moisés trouxe a missão da Justiça; o Evangelho, a revelação insuperável do Amor; e o Espiritismo, em sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade.” (Questão 271 de O Consolador). * * * Quando Jesus chega trazendo a segunda revelação – a central - na qual o amor, a generosidade e a complacência deveriam cobrir a ‘multidão de pecados’ de uma adúltera, por exemplo, é possível que os caminhos, de Moisés até Ele, já estivessem ou devessem estar mais aplainados. Estaria aqui, instalada, a revelação do amor; ou este se sobrepondo à justiça. Impossível se falar de amor a um povo cuja necessidade premente era a justiça, como imperativo seria não falar de ‘verdades inteiras’ a confrades que por hora necessitavam mais da lei da compaixão do que de uma veracidade explícita, visto que os homens receberão sempre as revelações divinas de conformidade com a sua posição evolutiva. Sendo que ainda hoje, a Justiça de Moisés não está implantada, a complacência de Jesus não foi bem entendida e ainda nos fazemos surdos às verdades do Espiritismo, é possível que somente quando a fraternidade – a religião do futuro, segundo Hammed - for implantada no Planeta, se estabeleça, em definitivo, a regeneração, evidenciando uma quarta revelação: A cada posição evolutiva, sua revelação! Não tenhamos dúvidas que a fraternidade será o somatório de toda a justiça, mais o amor e mais toda a verdade praticados na Terra. Ou as três revelações como receitas para uma quarta! Compreendemos também, dessa forma, que Moisés [não] transmitiu ao mundo a lei definitiva, mas que esta se adéqua constantemente à evolução deste mundo! (Sintonia: Questão 271 de O Consolador, pg. 186, de Emmanuel/Francisco Cândido Xavier, editora FEB, 29ª edição)

Prece de Agradecimento

"Muito obrigado Senhor! Muito obrigado pelo que me deste. Muito obrigado pelo que me dás. Obrigado pelo pão, pela vida, pelo ar, pela paz. Muito obrigado pela beleza que os meus olhos vêem no altar da natureza. Olhos que fitam o céu, a terra e o mar Que acompanham a ave ligeira que corre fagueira pelo céu de anil E se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil. Muito obrigado Senhor! Porque eu posso ver meu amor. Mas diante da minha visão Eu detecto cegos guiando na escuridão que tropeçam na multidão que choram na solidão. Por eles eu oro e a ti imploro comiseração porque eu seique depois desta lida, na outra vida, eles também enxergarão! Muito obrigado Senhor! Pelos ouvidos meus que me foram dados por Deus. Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro A melodia do vento nos ramos do olmeiro As lágrimas que vertem os olhos do mundo inteiro! Ouvidos que ouvem a música do povo que desce do morro na praça a cantar. A melodia dos imortais, que se houve uma vez e ninguém a esquece nunca mais! A voz melodiosa, canora, melancólica do boiadeiro. E a dor que geme e que chora no coração do mundo inteiro! Pela minha alegria de ouvir, pelos surdos, eu te quero pedir Porque eu sei Que depois desta dor, no teu reino de amor, voltarão a sentir! Obrigado pela minha voz Mas também pela sua voz Pela voz que canta Que ama, que ensina, que alfabetiza, Que trauteia uma canção E que o Teu nome profere com sentida emoção! Diante da minha melodia Eu quero rogar pelos que sofrem de afazia. Eles não cantam de noite, eles não falam de dia. Oro por eles Porque eu sei, que depois desta prova, na vida nova Eles cantarão! Obrigado Senhor! Pelas minhas mãos Mas também pelas mãos que aram Que semeiam, que agasalham. Mãos de ternura que libertam da amargura Mãos que apertam mãos De caridade, de solidariedade Mãos dos adeuses Que ficam feridas Que enxugam lágrimas e dores sofridas! Pelas mãos de sinfonias, de poesias, de cirurgias, de psicografias! Pelas mãos que atendem a velhice A dor O desamor! Pelas mãos que no seio embalam o corpo de um filho alheio sem receio! E pelos pés que me levam a andar, sem reclamar! Obrigado Senhor! Porque me posso movimentar. Diante do meu corpo perfeito Eu te quero rogar Porque eu vejo na Terra Aleijados, amputados, decepados, paralisados, que se não podem movimentar. Eu oro por eles Porque eu sei, que depois desta expiação Na outra reencarnação Eles também bailarão! Obrigado por fim, pelo meu Lar. É tão maravilhoso ter um lar! Não é importante se este Lar é uma mansão, se é uma favela, uma tapera, um ninho, um grabato de dor, um bangalô, uma casa do caminho ou seja lá o que for. Que dentro dele, exista a figura do amor de mãe, ou de pai De mulher ou de marido De filho ou de irmão A presença de um amigo A companhia de um cão Alguém que nos dê a mão! Mas se eu a ninguém tiver para me amar Nem um tecto para me agasalhar, nem uma cama para me deitar Nem aí reclamarei. Pelo contrário, eu te direi Obrigado Senhor! Porque eu nasci! Obrigado porque creio em ti Pelo teu amor, obrigado senhor!" Poema de Gratidão - Amélia Rodrigues (Divaldo Pereira Franco)