segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Esperança

"Como o obreiro preguiçoso,diz: Eu perdi minha jornada, ele também se diz: Eu perdi minha vida; mas da mesma forma que para o obreiro o sol se ergue no dia seguinte, e uma nova jornada começa, permitindo-lhe reparar o tempo perdido, para ele também, depois da noite do túmulo, brilhará o sol de uma nova vida, na qual poderá aproveitar a experiência do passado e suas boas resoluções para o futuro". (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Edição IDE, Cap. V, item 5). Com tudo isso, vamos entendendo, melhor, a existência da Vida Futura. Com o clarear de nossas idéias, com o estudo da Doutrina Espírita e o aumento de nossa fé raciocinada,mudamos o nosso ponto de vista sobre as leis que regem a existência humana. Entendemos que esta vida não é a única passagem no Planeta Terra e deduzimos, logicamente, a existência da imensidão e nobreza da Vida Espiritual. E, por isso, não podemos perder a esperança de que algo, mais promissor, nos aguarda em uma outra existência. E é por essa confiança, essa esperança na Outra Vida, que procuramos melhorar-nos, começando pela nossa própria reforma interior, tendo certeza de que permanecemos aqui por um espaço de tempo limitado, onde almejamos para lá voltar num estado evolutivo melhor do que aquele em que estávamos quando para aqui viemos. E, já sabemos que somente nos será possível chegar a esse estado através dos bons atos, e, com a consciência tranqüila de termos trabalhado em prol de nossos semelhantes. Não vamos viver de uma Esperança vazia, mas sim, de certeza da existência da verdadeira vida, cuja veracidade vem sendo provada, cada vez mais, pela ciência, pela filosofia e pela religião. Elevemos, então, nosso pensamento acima dos horizontes da vida, onde, pairando por alguns segundos de reflexão, entreveremos os infinitos mistérios da Divindade. As cartas de nosso amado laurinho, nos incentivam para o trabalho e nesse trabalho eu encontro o meu equilíbrio. Tenhamos fé no Criador e usemos a nossa razão no estudo das vidas sucessivas, para podermos entender os fatos da nossa existência, donde tiraremos o real proveito de um dos maiores recursos que Deus nos dotou: a Esperança. Infelizmente, existem seres humanos que se esquecem de tudo o que aprenderam em sua caminhada, quando deveriam, diante de toda a grandeza do Criador, agradecer: “obrigado,meu Deus, porque existo!”. Quem somos? De onde viemos? Para onde iremos? Essas são as indagações que devemos fazer, a nós mesmos, com os pés no chão e a cabeça no lugar. Mesmo com o amor cego à matéria, ainda agora nos tempos atuais, nos surge nítida e clara, a todo instante, a idéia do Além. Meditando nisso, podemos afirmar que só a Doutrina das Reencarnações nos fornece explicações suficientes e lógicas para o equilíbrio moral e físico, entrelaçando-os numa unidade perfeita. Em todas as suas cartas, Laurinho grifa, especialmente, a “esperança”, que nos traz profundos ensinamentos relacionados com o trabalho, o amor e a caridade. E, por tão bela afirmativa, solicito, a todos os corações partidos, que notem estas palavras: “ retirou a Esperança da Gaveta de nossas necessidades e ei-las convertidas em páginas de fé”. Começando pela esperança, chegaremos à fé que nos ilumina os passos, nos leva bem para perto de Cristo, e que nos é indispensável nas ocasiões mais desesperadoras. Feliz daquele que crê, procura, enxerga e caminha seguro com sua fé inabalável e profunda, estando sempre pronto a superar os maiores obstáculos, no conhecimento de que a fé remove montanhas. O homem que possui a esperança baseada na fé, é impassível diante das provações e perigos do dia-a-dia. Eu mesma confesso que, após ter adquirido os conhecimentos, a esperança e a fé, através de tudo que a Doutrina Espírita me concedeu em ensinamentos, respostas e provas, sinto-me tranqüila, equilibrada e forte diante dos imensos problemas e novas provas que vão surgindo em minha vida. A minha maneira de encarar a realidade é tão diferente e tão clara, que ao ver-me rodeada de tantos “cegos” no conhecimento da Verdade, sinto uma vontade voraz de gritar a todos, onde encontrar a paz, o amor, a compreensão e a felicidade que existe dentro de nós mesmos. E, aquele que quiser revestir-se da verdadeira fé, facilmente conseguirá encontra-la no estudo da doutrina Espírita, que se baseia no raciocínio lógico das simples leis naturais da vida. Portanto, vamos tentar clarear corações, sem desprezarmos ninguém, e sem nos envaidecermos com enganos privilégios passageiros, pois que nenhum de nós sabe o que nos está reservado para o futuro, onde as prestações de contas nos esperam. Segue a mensagem da esperança, psicografada por Chico Xavier. Psicografia de Francisco Cândido Xavier- Priscilla Pereira da Silva Basile- Livro: Antenas de Luz

Tristeza Perturbadora

Conquanto brilhe o sol da oportunidade feliz, abrindo campo para a ação e para a paz, a sombra teimosa da tristeza envolve-te em injustificável depressão. Gostarias de arrancar das carnes da alma este espinho cravado que te faz sofrer, e, por não o conseguires, deixas-te abater. Conjecturas a respeito da alegria, do corpo jovem, dos prazeres convidativos, e lamentas não poder fruir tudo quanto anelas. A tristeza, porém, é doença que, agasalhada, piora o quadro de qualquer aflição. A sua sombra densa altera o contorno dos fatos e das coisas, apresentando fantasmas onde existe vida e desencanto no lugar em que está a esperança. Ela responde pela instalação de males sutis que terminam por desequilibrar o organismo físico e a maquinaria emocional. Luta contra a tristeza, reeducando-te mentalmente. Não dês guarida emocional às suas insinuações. Ninguém é tão ditoso quanto supões ou te fazem crer. A Terra é o planeta-escola de aprendizes incompletos, inseguros. A cada um falta algo, que não conseguirá conquistar. Resultado do próprio passado espiritual, o homem sente sempre a ausência do que malbaratou. A escassez de agora é conseqüência do desperdício de outrora. A aspiração tormentosa é prova a que todos estão submetidos, a fim de que valorizem melhor aquilo de que dispõem e a outros falta. Lamentas não ter algo que vês noutrem, todavia, alguém ambiciona o que possuis e não dás valor. Resigna-te, pois, e alegra-te com tudo quanto te enriquece a existência neste momento. Aprende a ser grato à vida e àqueles que te envolvem em ternura, saindo da tristeza pertinaz para o portal de luz, avançando pelo rumo novo. Jesus, que é o "Espírito mais perfeito" que veio à Terra, sem qualquer culpa, foi incompreendido, embora amando; traído, apesar de amar, e crucificado, não obstante amasse... Desse modo, sorri e conquista o teu espaço, esquecendo o teu espinho e arrancando aquele que está ferindo o teu próximo. Oportunamente, descobrirás que, enquanto te esqueceste da própria dor, lenindo a dos outros, superaste-a em ti, conseguindo a plenitude da felicidade, que agora te rareia. Autor: Joanna de Ângelis Psicografia de Divaldo Franco.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Ninguém diria em sã consciência que não deseja ser feliz. Todos procuram, nos mais variados lugares e das mais diferentes formas. Como já disse Divaldo Pereira Franco: “O grande desafio da criatura humana é a própria criatura humana”, ou seja, o nosso grande desafio somos nós mesmos, nosso autoconhecimento. Sabemos que não somos somente aparência material, física. O ser humano é pré-existente ao corpo e a ele sobrevive. Através desse conceito é que conseguimos entender nossos enigmas, as problemáticas do inter-relacionamento, da dor, do desamor. Allan Kardec, diz no Evangelho Segundo o Espiritismo, que a felicidade não é deste mundo. Não quis ele, afirmar que aqui é um vale de lágrimas, mas sim, que este mundo é uma escola. E como toda escola, existe a disciplina e quem não respeita estas disciplinas precisa ser reeducado, repete de ano, no nosso caso, precisa voltar, reencarnar, recomeçar. A felicidade tem uma conotação diferente para cada criatura, de acordo com nível intelectual de cada um. Por estarmos a maioria, ligados ao material, muitos condicionam a conquista da felicidade à aquisição de bens materiais, outros ancoram o sonho da felicidade na busca da fama, do sucesso, do poder, para outros a felicidade está associada à inexistência de problemas, e a lista prossegue sem fim. Temos que lembrar que a vida não é um problema, é um desafio. Ela nos apresenta oportunidades de crescimento, nos setores que mais necessitamos. Por detrás dos problemas existem lições, desafios, tarefas. E a grande ventura tomará conta de nós quando vencermos os obstáculos que a vida nos apresenta. Lembremo-nos da felicidade de Francisco de Assis, conquistada na humildade, na pobreza e no serviço ao próximo. O santo da humildade era moço rico, mas vivia amargurado na riqueza que possuía, só encontrou a paz depois que se entregou à riqueza do espírito. Não nos esqueçamos de Paulo de Tarso, que na condição de poderoso Saulo era infeliz, mas voltou a viver após o célebre encontro a felicidade pessoal. Gandhi encontrou a sua felicidade na luta pela paz. Madre Tereza e Irmã Dulce, apesar dos inúmeros padecimentos que sofreram, conseguiram encontrar a felicidade na felicidade que podiam proporcionar aos desvalidos do caminho. Como esquecer a permanente alegria de Chico Xavier ? E problemas na vida não lhe faltaram. Divaldo Pereira Franco, outro exemplo de felicidade por fazer outros felizes diz: “Quando nós começarmos a tornar a Terra dígna de viver, o Reino de Deus estará entre nós.” Portanto, a felicidade, nós a encontraremos na harmonização, no amor verdadeiro, na renúncia e no desprendimento. Nós a encontraremos ainda, dedicando-nos aos que sofrem, procurando amenizar-lhes as dores. A felicidade não é deste mundo, mas começa aqui. Cabe a nós, seres inteligentes descobrir na Terra a razão fundamental da nossa existência. Será que estamos aqui para curtir a vida de maneira banal ou imoral? Portanto, enquanto não buscarmos o enriquecimento moral e espiritual, tudo nos parecerá sem sentido ou significado, tornando nossas encarnações um desafio recheado de desencanto e aflição. Buscando a felicidade em acontecimentos ou em algum bem material. E a felicidade não está fora de nós, ela é, antes de tudo, um estado de espírito. Ser feliz é nossa atitude diante da tarefa que viemos fazer na Terra, que é “progredir espiritualmente” e de preferência ajudando outros a progredirem. Seremos felizes, materialmente, se nos contentarmos com o necessário para viver, superando as pressões da sociedade de consumo que, com seu incrível agente – a propaganda – induz-nos a desejar o supérfluo e a consumir até mesmo o que é nocivo, como o fumo e as bebidas alcoólicas. A esse propósito vale lembrar Diógenes, famoso filósofo grego, que demonstrava um absoluto desprezo pelas convenções sociais e pelos bens materiais, em obediência plena às leis da Natureza. Proclamava que para ser feliz o homem deve libertar-se do supérfluo, limitando-se ao essencial : andava descalço, vestia uma única túnica que possuía e dormia num tonel, que se tornou famoso em toda a Grécia. Certa feita viu um garoto tomando água num riacho, a usar o côncavo das mãos. Então, exultou o filósofo: “Aí está, esse menino acaba de ensinar-me que ainda tenho objetos desnecessários.” – Assim, dispensou a caneca que usava, passando a utilizar-se das mãos. Alexandre, o grande, senhor todo poderoso de seu tempo, curioso por conhecer aquele homem singular e desejando testar seu famoso desprendimento, aproximou-se dele em uma manhã fria de inverno, quando Diógenes aquecia-se ao sol. Então, Alexandre propôs-se a atender qualquer pedido seu. Que escolhesse o bem mais precioso, que enunciasse o capricho mais sofisticado e seria prontamente atendido. Diógenes contemplou por alguns momentos o homem mais poderoso da Terra, senhor de vasto império. Depois, esboçando um sorriso, disse-lhe : “Quero apenas que não me tires o que não me podes dar. Estás diante do sol que me aquece. Afasta-te, pois . . .”Evidentemente não podemos levar Diógenes ao pé da letra, mesmo porque estamos longe do desprendimento total. Ele representa um exemplo de como podemos simplificar a existência, despindo-nos do materialismo, para que não haja impedimentos à nossa felicidade. E se, nós nos contentarmos com o necessário teremos condições para tratar de assuntos mais importantes, como a conquista moral. Porque, somos dotados de potencialidades criadoras que precisam ser exercitados permanentemente e tanto mais felizes seremos quanto maior o nosso empenho em cultivar os valores da Verdade e do Bem, da Justiça e da Sabedoria, do Amor e da Caridade, fazendo sempre o melhor. Gandhi disse: “Todo aquele que possui coisas de que não precisa é um ladrão.” E Aristóteles disse: “A felicidade consiste em fazer o bem.” Divaldo P. Franco disse que aprendeu que a finalidade da vida é ser feliz através da felicidade proporcionada aos outros. E o apóstolo Paulo disse: “ Se alguém possuir bens deste mundo e, vendo o seu irmão em necessidade, fechar-lhe o coração, como poderá permanecer nele o amor de Deus?” (Richard Simonetti)

Amizade

Ergueste-me na caminhada... - Deste-me guarida no afeto santo do teu coração... - Advertiste-me fraternalmente nas passadas equívocas... - Acompanhaste-me nas sombrias noites da desesperação... - Choraste e abraçaste-me quando, alucinada, entrevi a desesperança e o teu testemunho de solidariedade foi-me a confirmação da presença divina socorrendo-me nas lágrimas... - Não descuraste do pão à minha mesa... - Não relegaste o meu coração à solidão fria das longas horas da doença indomável... - Jamais perdeste a oportunidade do conselho amigo, intentando dirigir-me à ação nobre... - Por tudo isto te sou grata... O interlocutor, ante o desvelar de tanta afeição e reconhecimento, asseverou: - Para mim, isto nenhum esforço representou, amigo, desde quando, expressa o carinho do meu coração pela tua existência. E, em nome deste sentimento, digo-te que o meu silêncio é a melhor resposta às tuas efusões... - Sim, bem sei. É por isto que Deus te colocou na Terra para alentar o caminho dos homens, sacramentando-te com o sublime nome de Amizade...